sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Welcome to Romania

Depois de 18 horas de viagem, finalmente cheguei a Bucharest – capital da Romênia. A viagem foi melhor do que eu esperava, nenhum vôo atrasou e meu maior medo, que era o de sumirem com a minha mala, não se concretizou.Ainda estou meio confusa com o fuso horário e mal consigo acreditar que estive em 4 países, em menos de 24 horas.

Mas enfim, a passagem por Portugal foi tranqüila e rápida, felizmente não me pararam na imigração.

Já em Frankfurt, tive mais tempo para conhecer o aeroporto e até fazer amigos. Comi meu primeiro Mc Donald’s europeu e quase fui atropelada por uma bicicleta (dentro de um aeroporto ¬¬). Lá, por pouco não perdi o vôo. Depois de ficar horas parada na frente do portão, no qual supostamente eu deveria embarcar, descubro que eles haviam mudado não só o portão, com

o também o número do vôo. E lá vou eu correndo encontrar o portão certo. Não sei o que aconteceu, ou se fazia parte do plano, mas eles esqueceram de pedir a minha passagem e também acabei pulando a parte do detector de metais.

A chegada em Bucharest foi emocionante, não esperava que a cidade estivesse coberta de neve. Quem me pegou no aeroporto foi o motorista do hostel em que ficaria hospedada naquela noite. Ou seja, nenhum sinal de AIESEC por enquanto. No hostel, por 25 euros, ganhei comida, banho quente, internet, transporte e o direito de dividir o quarto com duas americanas – que finalmente, eram intercambistas da AIESEC também.

No dia seguinte, começaram as minhas peripécias pela Romênia. Com a ajuda de um taxista que falava espanhol e do dono de uma lanchonete que fazia mímica muito bem, consegui encontrar um local para trocar dinheiro. Vi 100 euros serem multiplicados por 4 e virarem 425 leis, a moeda local. Com os leis e uma mala de 30kg na mão, parti para a estação de trem. E foi nessa hora que me arrependi de ter trazido tanta coisa. Carregar aquele monte de peso dentro de um trem foi quase uma missão impossível.

Minha chegada na Transilvânia foi bem sonolenta. Com o sono pesando não pude ver muita coisa da paisagem, mas confesso: dormi incrivelmente bem e por muito pouco não perdi a estação na qual deveria descer.

Quatro trainees da AIESEC me esperavam quando cheguei, 3 ucranianos e 1 australiano. E se eu tinha ficado emocionada com a neve em Bucharest, a neve em Brasov provavelmente iria me fazer chorar. Só que dessa vez era de frio. -10ºC foi o que a cidade preparou para a minha recepção.

Os apartamentos dos trainees ficam dentro dos dormitórios da faculdade – que pelo visto está em recesso, já que as únicas almas vivas por aqui são trainees da AIESEC.

Meu quarto, eu divido com um australiano e uma chinesa.

A bagunça e o tamanho do local provavelmente deixariam minha mãe louca, mas para mim até que é um lugar aconchegante, que possui 4 camas, uma mesa, um frigobar e um banheiro. E aí vai o choque cultural nº 2 (o primeiro foi o frio): não tem box no banheiro. Como assim? Para nãomolharmos tudo, precisamos ficar em pé dentro de uma bacia. E a pior parte é que, segundo eles me explicaram, água quente só acontece 3 vezes na semana e por um período de DUAS HORAS! Tudo bem, sem pânico. Ao que tudo indica a AIESEC está tentando resolver isso.

Os outros trainees moram em apartamentos em frente ao meu. No total somos 8 e estamos divididos entre Brasil, Austrália, Nova Zelândia, China e Ucrânia. Ou seja, sou a única latino-americana por aqui, o que faz com que eles acreditem que sei tudo sobre futebol e reggaeton.

E lá vai o choque cultural nº 3: eles trocam de roupas uns na frente dos outros! Resultado: em menos de 2 horas na cidade já tinha visto dois ucranianos, uma ucraniana, um australiano e uma chinesa só com as roupas de baixo- e todos no mesmo quarto.

Depois de me acomodar, ver os traiees trocarem de roupa, ensinar eles a sambar (sim, aqui até eu sei sambar!) e aprender a jogar uno em russo, finalmente conheci o primeiro membro da AIESEC Brasov que não era trainee. Seu nome é Dani e ele estava no dormitório para levar as meninas para tomarem banho em sua casa – imagina se isso vira moda entre os trainees de Salvador?

Eu claro, fui com elas. Não sabia quando haveria outra chance e pelo que entendi, elas não lavam o cabelo desde que chegaram – isso já tem DUAS SEMANAS. Ok, sem pânico.

No caminho até a casa do Dani paramos no supermercado e compramos itens especiais para fazermos pizza. E nesse meio tempo, aprendi que ficar 5 minutos parado no ponto de ônibus com a neve caindo é muito pior do que ficar 1 hora esperando na estação da lapa.

Por fim, depois de banho quente, pizza, chá e muitas risadas, acabamos ficando para dormir por lá mesmo. E acho que o Dani nunca foi tão feliz, afinal, tinham quatro meninas dormindo no quarto dele.

Hoje é o último dia do ano e mais tarde iremos para uma festa que acontecerá em um strip club e todos os AIESECos estarão lá ! :D

E sim, eu já conheço a Transilvânia.

Feliz ano novo para todos !!!

Saudades do calor do Brasil e do meu banheiro.

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Sobre Natal, salvação e despedidas..

O Natal finalmente passou e com ele ficaram na lembrança todas as surpresas dos últimos dois dias.
Confesso que não foi um dos Natais mais felizes na minha casa. Com Duda na Polônia e minha viagem tão próxima, qualquer coisa era motivo de choro entre nossas tias, mães e avós.

No dia 25 como já é tradição na minha família de amigas, fomos comemorar o aniversário de Tati. Festa legal, pessoas bonitas e bebida dobrada. Resultado? Nosso fim de noite aconteceu na sala de espera do Hospital da Bahia (detalhes à parte, o importante é que estão todos bem e o reforço da teoria de que se beber, não dirija).

Já ontem, deveria ser o dia da minha festa de despedida. Minha mãe, entretanto, cancelou tudo com a desculpa de que eu precisava de um dia em família e blá, blá, blá. Resultado? Depois de matar as saudades da comida baiana, fui parar na Igreja com uma tentativa frustrada dos meus pais em obter a minha salvação.
Felizmente o pessoal da AIESEC queria se despedir de mim e mesmo sem festa fomos todos para o Júlio César – onde a cerveja é mais barata. Apesar de não poder beber, adorei a despedida e agradeço aos meninos fofos do meu CL pela força de vontade em reunir o pessoal.

E enfim, amanhã é o grande dia e preciso correr para conseguir colocar tudo dentro da mala – entre roupas, duas garrafas de cachaça, 500 fitas do senhor do bonfim, bandeiras do Brasil e do Vitória e alguma parcela de juízo. Estou sofrendo por ter que passado o dia todo em casa, mas como parte do plano de me manter viva até chegar à Transilvânia, meu pai está evitando ao máximo me dar a chave do carro (até o acarajé e a manicure chegaram por entrega a domicílio).
Tudo bem, eu me conformo. Faz parte do processo.

Saudades dos amigos e amores que estão longe, do OC Pac-man e do metrô de São Paulo.

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Eu ainda não conheço a Transilvânia..

Certo, agora faltam apenas 4 dias para o grande dia.. Ou seja, ainda não conheço a Transilvânia. E a verdade é que estou quase morrendo de ansiedade e minha mãe está quase me matando de streess.

Mas enfim, é véspera de Natal e não tenho nada do que reclamar. Tudo o que preciso é me manter viva pelo menos até semana que vem.


Bem, para estrear o blog é isso. Queria contar como foi minha tentativa de parecer uma francesa no Mercado Modelo hoje, enquanto comprava presentes para os romenos, mas estou atrasada para ceia e ficando realmente com medo de sofrer alguma tentativa de assassinato por parte de minha mãe.

Beijos e Crăciun fericit (Feliz Natal em romeno) Para todos !